
A Parábola do Fermento
Disse-lhes outra parábola: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado. Mateus 13.33
I. DESTINATÁRIO
1 Naquele mesmo dia, saindo Jesus de casa, assentou-se à beira-mar 2 e grandes multidões se reuniram perto dele, de modo que entrou num barco e se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia. Mateus 13.1-2.
Explicação: A parábola foi destinada às multidões que estavam próximas de Jesus. Nessa parábola e a do fermento os discípulos não cobram de Jesus Cristo uma explicação, deduzimos que a mensagem foi por eles compreendida.
II. COMPARAÇÃO
Explicação: Nessa parábola o Reino de Deus é comparado ao fermento.
III. OBJETIVO DA PARÁBOLA
Explicação: Essa parábola tem como objetivo mostrar aos discípulos a influência grande e imperceptível do Reino de Deus.
IV. DIFICULDADE NA INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA
Explicação: É impossível identificar os demais elementos dessa parábola, Cristo não explica o significado da mulher e nem da massa.
V. A MEDIDA PARA FAZER PÃO
Disse-lhes outra parábola: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado. Mateus 13.33.
Explicação: Cada medida é equivale a 13 litros de farinha. Total 39 litros de farinha. Equivalência a 20 quilos de massa.
Observação: Era muito comuns as mulheres fazerem grande quantidade de pães. Sara esposa de Abraão também fez a mesma medida: Apressou-se, pois, Abraão para a tenda de Sara e lhe disse: Amassa depressa três medidas de flor de farinha e faze pão assado ao borralho. Gênesis 18.6.
III. DESENVOLVIMENTO
Explicação: Nosso objetivo nessa parábola é tentar entender qual a correlação entre o fermento e o Reino de Deus.
1º O REINO DE DEUS É CONSTITUÍDO DE TRABALHO IMPERCEPTÍVEL
Disse-lhes outra parábola: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado.Mateus 13.33.
Explicação: O fermento age de forma imperceptível na massa, quando o fermento entra em contato com a massa é impossível diferenciar um do outro.
Aplicação: As nossas atitudes cristãs parecem serem de pouca influencia nesse mundo tão corrompido, mas elas agem em silêncio promovendo transformação.
Ilustração: O simples gesto de fato de tratar as pessoas com interesse e educação já são agentes de transformação na sociedade. Com base nessa afirmação podemos chegar as seguintes conclusões:
1ª Conclusão: Nossas atitudes produzem efeito positivo na sociedade mesmo que aparentemente não.
Explicação: É importante preservarmos o nosso caráter em uma sociedade corrupta pelo pecado, nossa atitude tem uma influência positiva.
2ª Conclusão: A influencia da Igreja na sociedade não se restringe apenas a eventos sociais.
Explicação: Muito mais importante que os eventos sociais promovidos pela Igreja, são atitudes individuais de cada cristão.
3ª Conclusão: De pequenos gestos a sociedade vai sendo mudada pelos cristãos, isso acontece de forma imperceptível.
Explicação: Um gesto pequeno de honestidade, uma atitude de educação, essas atitudes vão gerando transformação por toda a sociedade.
2º REINO DE DEUS É CONSTITUÍDO DE TRABALHO PROGRESSIVO.
Disse-lhes outra parábola: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado.Mateus 13.33.
Explicação: O fermento tem que agir de forma constante, ele permanece em contato com a massa até chegar ao ponto de ser colocado no fogo.
Aplicação: O nosso esforço em influenciarmos o mundo deve ser constante, não podemos esmorecer, nem desistir.
3º O REINO DE DEUS É CONSTIRUÍDO DE UM GRANDE RESULTADO.
Disse-lhes outra parábola: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado. Mateus 13.33.
Explicação: O fermento em contato progressivo com a massa faz com que ela cresça, formando o pão e gerando alimento para muitas pessoas.
Aplicação: A Igreja ela se torna uma agencia de transformação no mundo agindo de forma secreta e progressiva, seus resultados são de grande importância para o mundo, bem maior que as manifestações públicas.
a)Honestidade
b)Justiça
c)Solidariedade
d)Perdão
e)Compromisso
Conclusão: Todas essas virtudes são fundamentais para a construção de um lugar melhor, e descer o céu até a terra.
A parábola do fermento: o contágio celestial
De todas as parábolas que Jesus ensinou ao lado do Mar da Galiléia, esta é a mais breve. Ela termina quase tão rapidamente como começa, deixando que nos agarremos com esta mensagem rápida e cortante. Tanto Mateus como Lucas registra esta parábola em associação imediata com a parábola da semente de mostarda, o que deixa a clara impressão de que ela, também, tem a ver com o modo como o reino se expande, ainda que seu impulso pareça mais para dentro do que para fora.
"O reino do céu é como o fermento..." Na lei de Moisés, o fermento era, com poucas exceções, proibido em oferendas, e durante a Páscoa todo fermento tinha que ser removido da casa (Êxodo 13:3; Levítico 2:11; Amós 4:5). Em todos os outros casos no Novo Testamento onde o fermento é usado como uma figura, ele é usado como uma má influência (Lucas 12:1; 1 Coríntios 5:7; Gálatas 5:9). Por esta razão alguns concluíram que o fermento nesta parábola simboliza uma força malévola, a sub-reptícia chegada da apostasia. Mas na parábola do fermento, como todas as outras da série junto ao mar, é explicitamente dito que ela pinta o reino do céu, e não o domínio de Satanás (Mateus 13:33; Lucas 13:20-21). A pomba, em um lugar, é usada para ilustrar a tolice (Oséias 7:11) e em outro, a inofensiva simplicidade (Mateus 10:16).
"Que uma mulher escondeu em três medidas de farinha..." Como Buttrick observou, "Esta parábola sofreu muitas ofensas nas mãos dos alegoristas". Houve quem visse na mulher a igreja ou o Espírito Santo quando nada mais parece querer dizer além de que este é o tipo de trabalho feito costumeiramente pelas mulheres. Para Agostinho as três medidas de farinha representavam toda a raça humana nos três filhos de Noé; para Jerônimo e Ambrósio elas significavam a santificação do espírito, alma e corpo. Ainda que estas idéias possam em geral não estar muito longe do significado da farinha, as três medidas com toda probabilidade sugerem simplesmente nada mais do que a quantidade costumeira de massa usada no mundo antigo para assar pão (isto é, cerca de um alqueire, pouco mais do que 35 litros - Gênesis 18:6; Juízes 16:19; 1 Samuel 1:24).
A parábola do fermento parece falar da serena transformação que o reino de Deus opera no espírito humano e do modo sem ostentação pelo qual ele passa de coração a coração. Assim, o fermento, como a luz e o sal (Mateus 5:13-14), é um agente mudo mas poderoso. Justamente desse modo Jesus trabalhou entre os homens: "Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir sua voz na praça" (Isaías 42:2-3; Mateus 12:17-21). Contudo, seu trabalho nunca foi secreto nem furtivo: "Eu tenho falado francamente ao mundo; ensinei continuamente tanto nas sinagogas como no templo, onde todos os judeus se reúnem, e nada disse em oculto" (João 18:20).
A obra do fermento também é interna e invisível. Esta parábola é uma declaração poderosa de natureza espiritual do reino. Foi este mesmo ponto que Jesus uma vez apresentou aos fariseus: "Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós" (Lucas 17:20-21). A revolução radical do reino de Cristo (diferente dos reinos dos homens, João 8:36) iria explodir silenciosamente dentro, operando uma completa transformação do coração. O fermento precisa portanto simbolizar o evangelho como opera invisível no espírito individual (1 Pedro 1:22-23) e então passa silenciosamente de um coração para outro (Atos 8:4).
A palavra de Deus é a semente em germinação da qual vem a nova vida de Deus, mas aqueles que foram tocados por ela também se tornam luz, sal e fermento no mundo (Mateus 5:13-14; Filipenses 2:15). Sua humildade de espírito e piedade de vida ornam "em todas as coisas, a doutrina de Deus" (Tito 2:10) e inevitavelmente atraem e então contaminam outros com o mesmo poderoso contágio celestial que mudou suas próprias vidas. O movimento de uma tão profunda força espiritual não é ruidoso nem clamoroso como um exército em marcha, mas firme, quieto e inexorável como uma planta tenra que primeiro penetra e depois trinca, e finalmente rompe a mais empedernida das rochas.
"Até que toda ficou fermentada..." Se temos que entender a massa como o coração de uma única alma, então é certo tomar o "toda" como um absoluto, porque em Cristo tudo é renovado (2 Coríntios 5:17); O todo da personalidade é penetrado. Mas se a massa simboliza o mundo, a parábola precisa ser entendida como falando da fermentação de todo coração honesto e bom e não de salvação universal (Mateus 7:13-14), ou alguma influência social universal ou uma humanidade não convertida. É inconcebível que aquele que veio "buscar e salvar o que estava perdido" jamais se preocupasse com o mero impacto social do evangelho. Com Jesus e seu reino era redenção pessoal ou nada (João 3:3-5).